“Chegará o dia em que os Homens conhecerão o íntimo dos animais e nesse dia, um crime contra o animal será considerado um crime contra a Humanidade.”Leonardo Da Vinci

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Catalunha: Parlamento proíbe touradas a partir de 2012

"A partir de 1 de Janeiro de 2012 a Catalunha vai deixar de ter corridas de touros. A decisão foi hoje tomada no parlamento daquela região nordeste de Espanha, depois de meses de discussão sobre o tema.

Com 68 votos a favor, 55 contra e nove abstenções, o parlamento catalão aprovou a iniciativa legislativa popular, proposta por 180 000 cidadãos, que pediam a proibição das touradas, considerada uma das marcas culturais de Espanha.

«Esperamos que as outras Comunidades de Espanha e outros países, como Portugal, possam aplicar processos legais e políticos para conseguir o mesmo objectivo, que é terminar com o sofrimento animal», disse Jordi Casamitjana, porta voz da Plataforma anti-taurina Prou! (Basta!).

A Plataforma para a Promoção e Difusão da Festa dos Touros, associação que está contra a proibição, referiu num comunicado que a possível abolição das touradas terá um custo a cada catalão de 57 euros em indemnizações e outros gastos para os promotores das celebrações taurinas e responsáveis pela praça de touros La Monumental, em Barcelona.

O cálculo remete os 4,4 milhões de bilhetes que a temporada taurina gerou em 2007 em Barcelona, e apela ao direito civil catalão para assegurar que, no caso de impedir o uso de uma licença de actividade, se deve indemnizar o exercício da mesma durante os seguintes 99 anos.


O caso tem sido mediático na Espanha, já que mexe com uma tradição intocável há anos. A atenção é de tal forma significativa que, só para a sessão de hoje do parlamento da Catalunha, estiveram acreditados 350 jornalistas.

Pró-taurinos e anti-taurinos defenderam a sua camisola até ao último minuto e tentaram recolher votos porque, como dizia Luis Corrales, o presidente da Plataforma por la Difusión y la Promoción de la Fiesta, «podemos ganhar ou podemos perder mas, em qualquer dos casos, o resultado será muito equilibrado». Já Leonardo Anselmi, o porta-voz da Prou!, a plataforma que promove a abolição, estava confiante na vitória: «Tudo aponta para que ganhemos. Se tivesse de apostar, apostaria na abolição».

Ao jornal El Mundo, ontem, o escritor catalão Pere Gimferrer disse que, se as touradas fossem mesmo abolidas, a Espanha estaria perante «a mais grave agressão cultural desde o período da Transição Espanhola». Uma decisão que, defendia, «afectará uma parte da cultura catalã».

Depois desta decisão, ainda muita tinta poderá rolar. Os defensores das corridas de morte podem agora pedir recurso no Tribunal Constitucional. Quanto aos que defendem a abolição das touradas, já prometeram ajudar a recolocar os trabalhadores que vão perder o emprego com esta aprovação.

Mesmo com o «sim» de hoje, a lei só entrará em vigor em Janeiro de 2012. Até lá, os touros continuam a correr na Catalunha."

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